segunda-feira, 20 de agosto de 2018

O Protetor 2

Em tempos de filmes de ação genéricos, “O Protetor” (2014), baseado na série televisiva estadunidense de sucesso nos anos 80 “The Equalizer”, remou contra a corrente e entregou tramas amarradinhas, situações bem desenvolvidas e impactantes cenas de pancadaria. A direção impecável e estilosa de Antoine Fuqua e o protagonista ‘badass’ vivido pelo sempre carismático Denzel Washington contribuíram para contagiar e surpreender o público. Com o bom resultado nas bilheterias (custou US$ 55 milhões, faturou mundialmente US$ 192 milhões - US$ 101 milhões apenas nos EUA), era inevitável que surgisse uma sequência.

Em “O Protetor 2”, a narrativa mostra o dia-a-dia do emblemático Robert McCall (Washington), um metódico ex-oficial das forças especiais norte-americanas que pratica pequenas ‘ações humanitárias’. Ele ‘compra’ as dores de vítimas de alguma situação trágica e as vinga de maneira silenciosa. O problema começa quando sua ex-chefe e melhor amiga é assassinada. Para vingá-la, ele decide investigar sua morte e exterminar os culpados.
 
O que poderia ter sido melhor em “O Protetor 2” é o roteiro. Embora revele algumas novidades do protagonista sem tirar o ar enigmático do mesmo, há furos na história que podem incomodar aos mais atentos, principalmente por não desenvolver os antagonistas e suas motivações como deveriam. Sem uma base sólida para os vilões, as ações ficam mais genéricas e menos nobres.
 
Entretanto, a manutenção de Antoine Fuqua na direção é benéfica. O estilo, a ideologia e as qualidades técnicas e visuais implantados no antecessor são preservados, tais como ritmo cadenciado, o senso de ética e justiça (radical) do personagem principal, algumas câmeras lentas que valorizam a dramaticidade das cenas, as excelentes coreografias nas lutas e boas doses de tensão e sanguinolência. Destaque para uma sequência de uma briga dentro de um carro e do tenso clímax com requintes de bangue-bangue.
 
O único deslize de Fuqua, no entanto, foi a utilização tímida da trilha sonora. Isso era uma assinatura no filme anterior que enaltecia a essência ‘badass’ de Robert McCall. Aqui, há uma carência da música-tema para tornar as cenas mais empolgantes. Apesar disso, “O Protetor 2” vale como um bom entretenimento.
 
O Protetor 2 (The Equalizer 2)
2018, EUA – 121 minutos
Ação
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: Michael Sloane, Richard Lindheim, Richard Wenk
Elenco: Denzel Washington, Ashton Sanders, Bill Pullman, Melissa Leo, Orson Bean, Pedro Pascal, Adam Karst, Andrei Arlovski
Cotação: * * *