quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Filmes de Super-heróis em 2016: do pior ao melhor

Os super-heróis invadiram os cinemas em 2016. Nunca se viu tantos filmes desse subgênero inspirado em HQs (histórias em quadrinhos) nas telonas como agora. Felizmente, a maioria dos longas foram bons e todos não decepcionaram nas bilheterias mundiais. O mais curioso é que três produções possuem premissas parecidas com brigas entre os heróis. Abaixo segue uma relação que classifiquei 'do pior ao melhor' com minhas apreciações:


Esquadrão Suicida: dos filmes de super-heróis de 2016, "Esquadrão Suicida" foi o único ruim. A ideia era excelente, mas a execução foi abaixo da média. O motivo? Talvez seja a recepção negativa da crítica sobre o co-irmão "Batman Vs Superman", que estreou meses antes, e a comparação esdrúxula entre os universos da DC Comics (sombrio) e da Marvel (divertido). A falta de uma atmosfera mais leve obrigou os produtores da Warner a refazerem diversas cenas na pós produção inserindo mais situações cômicas e mais cores. Além disso, toda a campanha de marketing sofreu alterações e aumentou ainda mais a expectativa do público para com o filme. O resultado? Foi bem nas bilheterias, mas um insucesso ainda maior da crítica especializada que já havia 'rebaixado' "Batman Vs Superman". De fato, poucas coisas se salvam, como os personagens do Pistoleiro e Arlequina que possuem arcos dramáticos interessantes e a participação do Batman de Ben Affleck. O resto, incluindo o esquisito Coringa, infelizmente, não colou. Direção e roteiros ruins  foram comprometidos pela ganância de seus produtores.
Orçamento: 175 milhões
Bilheteria nos EUA: 325,1 milhões
Bilheteria no mundo: 745,6 milhões
Bilheteria no Brasil: 36,6 milhões

X-Men Apocalipse: a expectativa foi grande, principalmente pelo sucesso do filme anterior "Dias de um futuro esquecido" e pelo grande vilão que se anunciou. No final das contas, o filme está longe de ser ruim e diverte bastante, mas não surpreendeu e os clichês prevaleceram. Dos longas de super-heróis de 2016, esse foi o único que fracassou nos Estados Unidos e não conseguiu se pagar na terra do Tio Sam. Precisou dos cifrões internacionais para cobrir o orçamento e faturar. Com Brian Singer novamente na direção, o cineasta demonstrou ter boa mão para comandar cenas de ação (a sequência do Mercúrio é uma das mais espetaculares do ano), porém nem tanto para desenvolver o roteiro. O filme prometeu ser bem maior nos trailers, mas não é isso o que vemos. É uma pena que seja raso em discutir suas tradicionais alegorias. No geral, é uma boa sessão da tarde.
Orçamento: 178 milhões
Bilheteria nos EUA: 155,44 milhões
Bilheteria no mundo: 543,93 milhões
Bilheteria no Brasil: 20,55 milhões

Doutor Estranho: talvez seja o filme que mais foge do convencionalismo em termos de premissa que estamos acostumados a ver no subgênero nas produções Marvel. Isso também não quer dizer muita coisa. A concepção mística e o visual psicodélico dão certa pseudoprofundidade e beleza ao filme. Benedict Cumberbatch é um monstro na atuação. Os toques matrixianos na distorção da realidade e os efeitos visuais que nos remetem a "A origem" contagiam o público. No entanto, tudo isso não fica marcante para o espectador. Se a premissa e o visual são os trunfos, a execução soa um tanto quanto burocrática. O longa tem potencial para ser ainda maior e melhor, porém se aliena demais ao 'padrão Marvel de fazer cinema'. Tudo está encaixadinho e com os pingos nos 'is', inclusive o didatismo do roteiro incomodou parte da crítica, mas faltou ser mais emblemático.
Orçamento: 165 milhões
Bilheteria nos EUA: 189,21 milhões
Bilheteria no mundo: 579,67 milhões (ainda em exibição. Dados coletados no dia 25/11)
Bilheteria no Brasil: 13,85 milhões

Deadpool: é a maior surpresa do ano, tanto na bilheteria como na execução. "Deadpool", que foi inspirado em um curta metragem que viralizou na internet, é um anti-herói (que se tornou herói) do universo dos X-Men que quebra a quarta parede e conversa com o espectador. Além disso, o filme é a prova que esse subgênero pode ser, sim, 'para maiores'. Personagem  desbocado, piadas de humor negro inseridas de maneira pontuais e o alto nível de violência conquistaram o público. Talvez, o que poderia ser melhorado no longa é a estrutura narrativa. É um lá-e-cá em flashbacks para explicar o passado do protagonista que pode incomodar os mais exigentes. Entretanto, isso não atrapalhou com o brilho do filme que rendeu milhões de fãs pelo mundo. Proporcionalmente falando, "Deadpool" foi o que melhor faturou dentre os longas de super heróis. Custou pouco e rendeu muito. Por causa disso, já garantiu continuações.
Orçamento: 58 milhões
Bilheteria nos EUA: 363,07 milhões
Bilheteria no mundo: 782,61 milhões
Bilheteria no Brasil: 20,62 milhões
 
Batman Vs Superman - A origem da justiça: o filme de super herói mais aguardado de todos os tempos e o mais comentado do ano. Só não está no topo da lista por causa de Zack Snyder. O longa provocou discussões intermináveis entre 'dcnautas' e 'marvetes'. Os produtores tiveram momentos conturbados. Primeiro, a polêmica escolha de Ben Affleck para ser o Batman. Segundo: a versão de cinema foi um grande insucesso de crítica. Terceiro: o filme frustrou a Warner que tinha expectativa de passar a barreira do bilhão. Quarto: com o 'insucesso' crítico, a tensão aumentou na Warner para que os próximos filmes com o selo DC Comics deem certo, principalmente o aguardado "A liga da justiça". Quinto: fez muita gente fazer comparações sobre 'tons' com a concorrente Marvel. A coisa só começou a melhorar para "Batman Vs Superman" quando a versão estendida foi lançada para home vídeo com 30 minutos a mais. Essa meia a hora fez a história do filme ficar redondinha e longe dos furos de roteiro e polêmicas da versão de cinema. Entretanto, como já apontei em minhas críticas anteriores, a produção só não foi o que deveria ser porque o diretor Zack Snyder 'não deixou'. Além da falta de criatividade em diversas cenas, Snyder ultrapassou a cota de falhas. Em contrapartida, a impressão que passa, é que o diretor teve pouco tempo para desenvolver a grandiosidade que o filme merecia. 
Orçamento: 250 milhões
Bilheteria nos EUA: 330,36 milhões
Bilheteria no mundo: 873,26 milhões
Bilheteria no Brasil: 36,7 milhões

Capitão América - Guerra Civil: o único do subgênero que rompeu a barreira do bilhão. É quase um 'Vingadores 2.5'. Só não estão presentes o Hulk e o Thor. O restante 'cai na mão' em um filme bem escrito, equilibrado e com a direção assinada pelos ótimos Anthony Russo e Joe Russo, os mesmos que fizeram o excelente "Capitão América - Soldado Invernal" e que comandarão o aguardado "Vingadores - Guerra Infinita". A história se mostra coerente com o Universo Cinematográfico Marvel e discute questões políticas que abalam a harmonia entre os Vingadores. Após os eventos catastróficos de Sokovia mostrados em "Era de Ultron", Tony Starky e sua trupe aceitam serem controlados pela ONU. Já Steve Rogers e seus parceiros discordam da iniciativa pois isso pode limitar suas ações e abrir brechas para possíveis corrupções (vide o que aconteceu com a S.H.I.E.L.D. no filme anterior). Tudo é encaixado de forma pontual e com cenas de ação espetaculares. A cereja do bolo? A inserção de Homem-Aranha no Universo Cinematográfico Marvel.
Orçamento: 250 milhões
Bilheteria nos EUA: 408,08 milhões
Bilheteria no mundo: 1.153 bilhões
Bilheteria no Brasil: 40,8 milhões