quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O artista

A sétima arte ganhou mais uma ‘cine-homenagem'. O filme da vez é "O artista", um belo retrato cinematográfico que resgata o charme e a harmonia de Hollywood dos anos 20. Além de mostrar a vida, o sucesso e a decadência de um artista em plena crise econômica norte-americana de 1929, o destaque é o contexto histórico que trás a transição do cinema mudo para o sonoro.

Genialmente dirigido por Michel Hazanavicius e excelentemente protagonizado por Jean Dujardin e Bérénice Bejo, "O artista" é uma produção ousada para os dias de hoje. Com uma trama 'semi amorosa' com toques de saudosismo, o longa é todo em preto e branco, não há falas, somente a trilha sonora, e tem todos os trejeitos peculiares das películas daquela época.


Essa combinação nostálgica é bem equilibrada pelos realizadores o que, também, contagia o espectador. Além disso, a produção trás um roteiro tragicômico encaixadinho, os figurinos e a direção de arte são primorosos, a trilha sonora é pontual e a impecável fotografia embeleza as tonalidades do preto e branco (só faltaram os defeitos de película) valorizando a sensibilidade dramática da narrativa.


“O artista” ainda ensaia uma essência evolutiva da mídia no estilo de "A vida em preto e branco", mas ao invés de inserir e interagir cores numa estética monocromática, o longa brinca, em certo momento, de colocar a sonoridade de objetos em ambiente mudo. Entretanto, essa ideia da inserção de som ficou tímida e merecia ter sido mais explorada.


O fato de o filme ser preto e branco e sem falas pode incomodar os desacostumados. Mas depois que nos rendemos a sua proposta, "O artista" se torna uma deliciosa e charmosa experiência digna de qualquer prêmio que concorrer.


O artista (The Artist)
FRA/BEL, 2011 - 100 minutos
Drama
Direção: Michel Hazanavicius
Roteiro: Michel Hazanavicius
Elenco: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell, Penelope Ann Miller.
Trailer: clique aqui
Cotação: * * * * *