A narrativa é um ‘samba do criolo doido’ que retrata as alucinações de uma garota, Babydoll (Emily Browning), que é confinada em um hospício. Antes de sofrer o procedimento de lobotomia, ela se imagina em um ‘cabaré-prisão’. A cada ensaio para um show burlesco, ela sonha estar em situações de muita ação. Ao mesmo tempo em que os delírios de Babydoll representam o seu conforto em relação a sua realidade opressiva, também são parte de um plano de fuga do cabaré.
Para que “Sucker Punch” não seja um desperdício de tempo ou, traduzindo o título, um mero ‘soco idiota’, é necessário que o espectador saiba que vai assistir a um filme narrativamente desconexo e manicomialmente oco. O que importa mesmo é a ação surrealista que une detalhes que lembram idéias de outros longas, como “Um estranho no ninho”, “A Origem”, “Moulin Rouge”, “O Resgate do Soldado Ryan” e “Showgirls”.
As exageradas situações com tiroteios aos montes e balés de espada da protagonista parecem ser inspiradas em videogame e trazem boa movimentação de câmeras, inúmeros travellings, tomadas lentas interessantes e diversos planos sequências que são sempre espetaculares se tratando de Snyder. Tudo isso é acompanhado por uma trilha sonora empolgante que mescla rock e música eletrônica.
O visual apurado é a atração do filme. Com ótimos efeitos de computação gráfica e com fotografia ao estilo “300”, Snyder cria universos surreais sensacionais que misturam momentos épicos, fantásticos e muita adrenalina. É aí que o longa se destaca e é isso o que importa: entretenimento.
Sucker Punch – Mundo Surreal (Sucker Punch)
EUA, Canadá, 2011 - 110 minutos
Ação / Ficção científica
Direção: Zack Snyder
Roteiro: Zack Snyder, Steve Shibuya
Elenco: Emily Browning, Abbie Cornish, Jena Malone, Vanessa Hudgens, Jamie Chung, Carla Gugino, Jon Hamm, Scott Glenn, Oscar Isaac, Vicky Lambert, Ron Selmour, Danny Bristol, Malcolm Scott.
Cotação: * * *
