Pegue a esperteza de Jason Bourne e misture com a inteligência de MacGyver. Em seguida, insira personalidades ao estilo de “O Chacal” e finalize com a sensualidade de “Nikita”. O resultado é “Salt”, um thriller de espionagem sobre agentes duplos protagonizado por Angelina Jolie que entretém na medida certa.
Salt é uma agente treinada pela extinta União Soviética que está infiltrada na CIA com a missão de desempenhar um ato terrorista no momento apropriado. Quando seu disfarce é descoberto, ela é perseguida pelos colegas norte-americanos, porém suas ações e atitudes fazem com que todos os seus perseguidores (incluindo o espectador) fiquem em dúvidas sobre seus reais objetivos.
O mistério sobre a personagem é o que mais intriga no filme. É nítido, também, como o diretor Phillip Noyce abusa de sua ‘garota propaganda’ para deixar o longa mais ‘bonito’, como os diversos closes e travellings para mostrar a beleza de Angelina Jolie, que parece até posar para a câmera em certo momento. Quanto mais se expõe a heroína, menos sabemos sobre ela.
O roteiro de Kurt Wimmer, que recria um ambiente inerte típico de Guerra Fria, brinca com elementos da espionagem e até faz o espectador ‘torcer pelo vilão’, mas esbarra em alguns absurdos narrativos e ao estereotipar os russos como ‘fábrica de terroristas’. Além disso, a trama é previsível e falha na exposição de flashbacks dispensáveis.
Contudo, o que importa mesmo são as boas cenas de ação em estilo ‘gato-e-rato’ (os exageros não incomodam) com ritmo empolgante e com uma montagem ágil, mas pouco frenética. “Salt” está longe de ser uma referência do gênero, mas diverte com eficiência.
Salt
EUA, 2010 - 100 minutos
Ação / Suspense
Direção: Phillip Noyce Roteiro: Kurt Wimmer
Elenco: Angelina Jolie, Liev Schreiber, Chiwetel Ejiofor, Olek Krupa, Daniel Olbrychski, Hunt Block, August Diehl
Cotação: * * *
