segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O homem sem sombra

Não é difícil encontrar filmes que apresentam invenções ou descobertas que causam transtornos ao fugir do controle de seus criadores. “O homem sem sombra”, do diretor holandês Paul Verhoeven (“Robocop”), parecia surpreender, mas acabou se entregando aos tradicionais clichês do suspense por, justamente, colocar a cria contra o seu 'progenitor'.
 
A trama mostra a façanha de um cientista que descobre a fórmula da invisibilidade. Depois de testar com sucesso em animais, o Dr. Sebastian Craine decide ser a própria cobaia para provar que sua fórmula funciona em seres humanos. Após ficar invisível, Craine sofre os efeitos colaterais do experimento e, aos poucos, fica sem domínio de suas ações.
 
“O homem sem sombra” perdeu a chance de entrar para a história da ficção científica. Teve de tudo para dar certo, como um diretor que entende do gênero, bons protagonistas (Elisabeth Shue e Kevin Bacon), temática curiosa e efeitos visuais incrivelmente espetaculares, porém a parte final frustrou minhas expectativas de ver algo menos convencional.
 
A autenticidade do longa durou até a primeira metade quando o roteiro trabalhou de forma magnífica a ideia da invisibilidade. Entretanto, do meio para o fim, o filme investiu nas manjadas cartilhas do suspense ‘gato-e-rato’ e se perdeu em uma conclusão vazia e sanguinolenta.
 
Analisando pelo ‘lado comercial’, “O homem sem sombra” é eficiente dentro da proposta de sua segunda metade. Apesar de não explorar o assunto de maneira mais científica, o longa merece ser visto pelo show de efeitos visuais utilizados de maneira interessante e criativa pela produção.
 
O Homem Sem Sombra (The Hollow Man)
EUA, 2000 – 130 minutos
Ficção Científica / Suspense
Direção: Paul Verhoeven
Roteiro: Andrew W. Marlowe, baseado em estória de Gary Scott Thompson e Andrew W. Marlowe
Elenco: Kevin Bacon, Elisabeth Shue, Josh Brolin, William Devane, Kim Dickens
Cotação: * * *