domingo, 28 de abril de 2013

O livro de Eli

Como fazer um filme com tema extremamente explorado pelo cinema (futuro apocalíptico) ser inteligente e pouco convencional? “O livro de Eli” responde esta pergunta ao se destacar pela trama eficiente que traz um protagonista carismático e uma interessante história de contexto místico.

O livro do título se refere ao último exemplar da Bíblia, objeto que foi o responsável por uma ‘guerra santa’ que destruiu, superficialmente, a Terra. A ‘obra sagrada’ é a principal causa que move o curioso personagem com ‘habilidades especiais’, muito bem interpretado por Denzel Washington, a levar para algum lugar em direção ao pôr-do-sol e protegê-la da cobiça de um déspota.

A jornada misteriosa de Eli, o desejo dos ‘alfabetizados’ e o clímax surpreendente tornam o filme bastante atraente. Sem discutir conceitos de crença ou doutrina religiosa, a narrativa trata a Bíblia como uma poderosa e esperançosa ferramenta de manipulação e de implantação de uma ordem ‘ética’ em um mundo de analfabetos, o que nos faz refletir sobre as entrelinhas de seu conteúdo.

Tecnicamente, o longa tem um visual espetacular. A fotografia é seca quase monocromática, a destruição criada pela direção de arte nos remete a “Mad Max” e as ótimas cenas de ação ao estilo ‘gato-e-rato’ apresentam edições e planos-sequência interessantes dirigidos por Allen e Albert Hughes (“Do Inferno”).

“O livro de Eli” é mais um filme que recicla idéias convencionais para proporcionar entretenimento de qualidade. Não seria exagero se dissesse que essa produção seja uma das melhores do gênero ‘apocalíptico’.

O livro de Eli (The Book of Eli)
EUA, 2010 – 118 minutos
Ação / Ficção científica
Direção: Allen Hughes e Albert Hughes
Roteiro: Gary Whitta Elenco: Denzel Washington, Gary Oldman, Mila Kunis, Ray Stevenson, Jennifer Beals, Evan Jones, Joe Pingue, Frances de la Tour, Michael Gambon
Cotação: * * * * *

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