Fazer adaptações de histórias exige escolhas que estruturem o processo de seleção do que é mais importante a ser adaptado. As muitas alterações na obra original buscam, além de encaixar a história em nova linguagem e formato, a possibilidade de adequar certos parâmetros ao comercialmente viável.
Realizar qualquer tipo de adaptação exige do diretor, ou do roteirista, interpretar a obra em muitas dimensões e fazer com que o adaptador faça escolhas ou selecione o que for mais relevante no material a ser adaptado. Adaptação também significa alterações, adequações ou, até mesmo, modificações da obra original. Adaptar também implica a ampliação da história e a invenção de cenas, sem modificar a ideia proposta pelo autor da obra original.
Quando há incoerência na ampliação de informações, o chamado ‘furos de roteiro’ é perceptível por não conectar detalhes da narrativa. Se o equilíbrio artístico for alcançado, o fator de convencimento prevaleceu e a obra tem mais chances de alcançar o sucesso. Convencer é a intercessão que mostra que os trabalhos para criarem uma obra cinematográfica estão bem feitos, o que faz o espectador ‘acreditar no que está vendo’.
Se a obra a ser adaptada é pequena, o responsável pela adaptação possui a incumbência de ampliar e/ou inventar cenas capazes de se encaixar na narrativa. Uma determinada cena no livro pode não ser relevante no cinema, e, por isso, ela é cortada. Para exemplificar, o diretor do filme “300”, Zack Snyder, diz que não se deve modificar uma história, apenas, com fatos pré-estabelecidos, mas cortar, acrescentar e exagerar a cena para maior dramaticidade.
Portanto, é impossível comparar obras feitas por mídias diferentes. Um livro que vira filme nunca terá o mesmo impacto ou vice-versa. O filme sempre terá menos informações que o livro. ‘Quantidade de páginas’ pode significar mais fantasia e ‘longa duração sem espaço de tempo’ pode ser sinônimo de chatice.
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