quinta-feira, 9 de maio de 2019

Vingadores, Homem-Aranha e a ideia de multiversos

(CONTÉM SPOILERS) Você já parou para pensar que a animação vencedora do Oscar 2019 “Homem-Aranha no Aranhaverso” pode ter sido o maior spoiler do MCU e ninguém percebeu? Pois é, o longa animado do 'cabeça de teia' mostra diversos tipos do herói aracnídeo em ação, após suas realidades se chocarem. Isso nos remete ao termo multiverso, que é explicitamente citado no último trailer de “Homem-Aranha: longe de casa”, o qual estreia nos cinemas em julho/19, e trabalhado implicitamente em “Vingadores: Ultimato”. 

O filme dos irmãos Russo não menciona a palavra ‘multiverso’, mas aborda situações de diversas realidades paralelas, devido ao fato de os heróis 'viajarem no tempo' por meio de túneis no Reino Quântico.
Falando nisso, “Vingadores: Ultimato” transgride os conceitos de viagem no tempo que conhecemos no cinema, e isso é imensamente positivo. É o perfeito exemplo de trabalhar o clichê de maneira criativa.

A teoria de viagem no tempo que estamos acostumados a ver no cinema consiste, basicamente, em manipular o passado para mudar o presente/futuro em uma única realidade. Há inúmeros filmes que retratam essa premissa, como “De volta para o futuro”, “A máquina do tempo”, “O predestinado”, “Questão de tempo”, “Efeito borboleta”, entre outros. Em “Ultimato”, isso não acontece. O passado da realidade dos Vingadores é inacessível, pois não tem como alterar uma situação que já aconteceu. É aí que “Ultimato” amplia os conceitos do famoso clichê, apresentando ao espectador as diversas realidades ou, como queiram, multiversos/dimensões.

Com isso, podemos considerar que há pouco mais de 14 milhões de dimensões no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). É o que Doutor Estranho disse em “Guerra Infinita” ao ver as chances de os Vingadores derrotarem Thanos. As viagens no tempo realizadas em “Ultimato” foram para os passados de outras dimensões. Por isso que, ao final do filme, o Capitão América viaja no tempo novamente para devolver as joias do infinito e o martelo do Thor para suas respectivas linhas temporais. 

Para deixar claro, no Reino Quântico, o indivíduo consegue viajar entre as dimensões, e cada uma delas se passa em um período diferente. Por exemplo, se a realidade que vemos no filme se passa do ano de 2024, existem diversas outras em curso, que são ambientadas em 1970, 2012, 2013, 2015... Isso não significa que encontraremos o Capitão América e o Homem de Ferro com a mesma fisionomia (poderes, valores ou inteligências) em todos os multiversos. Em algumas dimensões, eles podem ser idênticos, mas em outras poderão ter características distintas. Afinal, são milhões de realidades. Se cada uma delas tiver detalhes que diferem uma da outra, poderemos ter um mundo completamente discrepante. Seria como se os X-Men fossem considerados os Vingadores de determinados multiversos e os indivíduos que conhecemos como Vingadores não possuíssem tais habilidades ou dons para serem o que conhecemos. 

Muita viagem! Muita loucura! É por isso que, em meu texto anterior, não quis me aprofundar nessas teorias para não me dar dor de cabeça com tanta complexidade (rs...). 
Se pegarmos o multiverso trabalhado em “Homem-Aranha no Aranhaverso”, temos o herói aracnídeo de diversas formas e gêneros. Se essa ideia for aplicada ao MCU, poderemos ter heróis com o mesmo poder, mas com aparências diferentes.
As variadas formas do herói aracnídeo em “Homem-Aranha no Aranhaverso”.

O que uniria personagens de duas ou mais dimensões? Uma das respostas é o que os Vingadores fizeram por meio do Reino Quântico. A outra é o surgimento de fendas entre as realidades, as quais foram provocadas pela utilização do poderio máximo das joias do infinito de diferentes dimensões. Entre "Guerra Infinita" e "Ultimato" tivemos 4 estalos. O primeiro estalar de dedos foi feito por Thanos para eliminar 50% dos seres vivos do universo. O titã louco também protagonizou um segundo estalo para ‘destruir’ as tais pedras. Até aqui, todas as joias são da mesma realidade. O problema foram os dois próximos eventos que utilizaram joias de outras linhas temporais. O terceiro estalar foi o de Hulk para reverter as mortes do primeiro estalo e, por último, o de Tony Starky para eliminar Thanos e seu exército ao final de “Ultimato”. 

Essa tal fenda pode ter colocado o Mistério, um dos vilões de Peter Parker nos quadrinhos, na realidade em que o MCU se passa. Pelo menos é o que se propõe no trailer de “Homem-Aranha: longe de casa”, quando Nick Fury diz que Mistério é da Terra, mas não da nossa. Será uma mentira desse personagem? Quem o conhece sabe o que estou falando. Se juntarmos as peças, a ideia de multiversos é muito bem vinda e abre imensas possibilidades para a Marvel/Disney trabalharem ideias e elos para as próximas fases desse universo.